domingo, 27 de março de 2011

Santa Luz!

Na última aula de fotojornalismo, aprendemos muitas coisas sobre iluminação como elemento essencial na fotografia e como sua conjugação com outros fatores é essencial para um bom resultado. Embora a teoria tenha ficado mais clara agora, a prática (amadora, claro!) já tinha me permitido notar algumas peculiaridades sobre a luz. Um ambiente mal iluminado dificilmente produz boas fotografias. Minha última experiência foi com um "show" à noite na praça, pouco iluminado, exceto por dois ou três pontos de luz fria (lâmpadas fluorescentes). As fotos saíram todas em tons de azul! Enfim...

Vamos à prática. A proposta de atividade para essa semana foi fotografar um mesmo objeto duas vezes, sobre condições de iluminação diversas. Para minha "cobaia", escolhi um santinho da minha mãe, o Menino Jesus de Praga. Ele é grande o suficiente pra se ver os detalhes, mas pequeno o bastante pra caber dentro do cenário montado.

O plano infinito do miniestúdio foi feito numa mesa plana e firme com uma cartolina de cor preta. Escolhi o preto pois achei que seria mais desafiador tentar fazer uma boa luz com plano de fundo escuro – mentira! Na verdade eu pedi pra minha mãe comprar uma cartolina preta e uma de cor clara. Ela entendeu rosa choque como cor clara...

 Cenário no meu quarto. A parede roxa atrapalhou a foto mais clara.Deu um clima colorido...

Para a primeira foto tentei aproveitar a luz do dia como luz principal. Mas com três dias nublados, foi praticamente impossível contar com o sol na brincadeira.  Percebi então que meu estúdio ficaria interessante se eu aproveitasse a uniformidade da luz do dia para clarear o quarto, então fechei apenas a parte mais fina da cortina. Para complementar, utilizei como luz principal a luminária da minha mãe  (que usa uma lâmpada fluorescente), com uma distância de uns oitenta centímetros na lateral esquerda do direita  do santinho. O resultado foi o seguinte:

Achei que a luz vazou um pouco no plano de fundo. Ainda assim, gostei da iluminação bem clara, pois dá pra observar bem os detalhes do santo. Além do mais ficou bem diferente da segunda foto.

Na segunda foto – que na verdade eu fiz primeiro, eu usei o cômodo mais escuro da casa que é o meu quarto. Fechei as cortinas e tentei criar um ambiente sem luz externa, para que eu pudesse utilizar apenas luzes artificiais. Então, dessa vez do lado esquerdo do santo, eu coloquei a mesma luminária da minha mãe, só que mais direcionada para a diagonal. Ao lado dessa luminária, coloquei uma vela acesa, para quebrar o efeito esbranquiçado da luz fluorescente. Por fim, minha mãe habilmente fez a vez de luz divina e posicionou uma lanterna de lâmpada incandescente em cima da cabeça do Menino Jesus. Eis a foto:



A foto ficou um pouco estourada (olhem a luz na cabeça como explodiu!) Ainda assim, achei o contraste das duas fotos interessantíssimo. E deu bem um clima de divindade: claro e obscuro ao mesmo tempo. E olha a uma luz amarelada vazando ali no canto esquerdo do fundo preto... Ainda assim achei bonito!

Adorei a experiência de trabalhar com a luz e ver os diversos efeitos que podemos conseguir de um mesmo objeto! É claro que pela minha falta de tato com a máquina, não ficou tão bom. Mas dado que segui todas as regras e não usei o flash pra me ajudar, pra mim foi bem satisfatório!

Obs: Tirei umas vinte fotos para finalmente escolher essas duas. Entre tremidas e piscadas, no fim deu tudo certo!

domingo, 20 de março de 2011

Fotografias de geladeira


Hoje eu moro sozinha, e as poucas fotos que tenho em casa – todas bem recentes – estão penduradas na porta da geladeira. Na casa de minha mãe nunca tivemos muitos porta retratos, quadros ou álbuns. E eu que não tenho móveis de apoio, me apoiei na geladeira e fiz dela o meu mural. Todos os dias antes de abri-la, eu vejo nela algumas boas lembranças e tenho vontade de agregar mais. É, acho que viver longe da minha mãe me deixou muito sentimentalóide...

Minha aproximação maior da fotografia é recente e graças à digitalização. A primeira câmera digital que usei foi pra fotografar meus 18 anos e utilizava disquetes – pasmem – como forma de armazenamento (imaginem o tamanho!). Mas meu pai, fã das novas tecnologias, logo adquiriu uma máquina mais compacta e eu saí por aí fotografando tudo o que eu queria e podia. Daí vieram as redes sociais a e a possibilidade de colocar tudo on line. Sempre fui muito seletiva em meus álbuns – mesmo no meio virtual, sou uma pessoa de poucas fotos.

A prática de Jazz Dance foi outro fator que fez eu me apegar mais à fotografia. Queria lembranças e clicks de tudo... cada apresentação, cada pirueta, e de cada um dos maravilhosos amigos que fiz dançando! E lá conheci pessoas aficionadas por fotografia, com seus numerosos álbuns de dança e suas máquinas ainda analógicas que as forçava a revelar os filmes. Tive ainda o grande prazer de ver florescer o talento de Milena, que hoje fotografa como profissional apesar de seus 17 anos.

Das fotos antigas tenho pouco pra contar. Queria que existissem muitas mais.  As poucas dezenas de fotografias mais antigas que temos em casa são fruto de meu esforço em reunir, e estão em uma caixa de papelão. Não sei dizer bem quem fotografava, mas com certeza não eram meus pais e não era nenhum profissional. Lembro de câmeras alheias e gente estranha fazendo o favor de fotografar, pois meus pais não tinham máquina fotográfica. Acho que pra um casal recém juntado e de condições financeiras limitadas, ter uma câmera era um luxo desnecessário. Mas eles fizeram esforço em registrar os meus momentos pequena! Tenho as fotos do meu nascimento, batizado, 5 anos, fotos na escola... faltou dinheiro pra máquina, mas sobrou amor!

Neurose com fotografia e preocupação com técnica e estética só tiveram vez depois de Caio Braga. Graças a ele, tive noção de que existe enquadramento, foto estourada, foto contraluz, desfoque do fundo, regra dos terços, com flash, sem flash, e tudo isso muito antes de eu ingressar no curso de jornalismo... Por uma lado, fiquei ansiosa em aprender todas essas coisinhas que ele já sabe e que torna as fotos dele tão melhores que as minhas. Por outro lado,  adquiri um medo terrível de fotografar, da minha falta de talento sair gritando por aí...  Daí sinto falta das minhas fotografias de família. Todas despretensiosas, despreocupadas e pitorescamente belas. A estética da foto dava lugar ao registro simples dos olhares, dos sorrisos, das pessoas, de cada instante. Mas, acho que não precisa ser profissional pra eternizar o momento numa foto e torná-lo lindo... ou precisa?

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sobre os telhados cruzalmenses...

Fim de tarde, da sacada do meu apartamento.
Caio olha pro céu. Céu olha pro céu.
Até que isso aqui , às vezes, fica bem bonito...